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quarta-feira, 25 de março de 2015

Manobra de aliados de Richa impede CPI da Receita Estadual


Deputados travam o limite de comissões que podem funcionar simultaneamente com assuntos não urgentes para evitar desgaste político para o governador.

A bancada governista na Assembleia Legislativa do Paraná enterrou, ao menos por enquanto, a tentativa da oposição de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o suposto esquema de corrupção envolvendo auditores da Delegacia da Receita Estadual em Londrina. Apressados em evitar desgaste político para o governador Beto Richa (PSDB), os deputados aliados já protocolaram cinco pedidos de CPI, travando o limite de comissões que podem funcionar simultaneamente na Casa.

Com a manobra dos governistas, pelos próximos quatro meses – que podem se estender por mais dois meses –, funcionarão no Legislativo estadual as seguintes CPIs: de explosões de caixas eletrônicos (Felipe Francischini, SD); da ocupação fundiária de Pontal do Paraná (Fernando Scanavaca, PDT); da violência contra a mulher e de maus-tratos a animais (ambas da Cantora Mara Lima, PSDB); e da cobrança ilegal de taxas de corretagem na construção civil (Missionário Ricardo Arruda, PSC).

“É uma vergonha deixar de instalar uma CPI que vai investigar denúncias gravíssimas para apurar assuntos sem a menor urgência”, atacou o líder do PMDB, Nereu Moura. “Estão invertendo a ordem das necessidades para atender aos caprichos de quem? É por atitudes como essa que o Legislativo não tem credibilidade com a opinião pública.”

Para poder ser protocolada, uma CPI precisa de no mínimo 18 assinaturas. Até agora, a da Receita conta com o aval dos seis oposicionistas, além de Marcio Pacheco (PPL) e Tercílio Turini (PPS). Diante da dificuldade de conseguir mais assinaturas, a oposição estuda levar o pedido de instalação da comissão para votação no plenário da Assembleia. “Aí os deputados seriam obrigados a se posicionar publicamente se são a favor ou contra a investigação”, afirmou Moura. Ainda que a proposta seja aprovada, a CPI precisará esperar uma das outras cinco já protocoladas ser concluída. Outra saída seria aprovar um projeto de resolução permitindo o funcionamento de mais de cinco comissões simultaneamente.

“Não aprovaremos a instalação dessa CPI, que tem fins políticos. Confio no trabalho do Gaeco”, rebateu o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB).

Jornal de Londrina

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